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O Centro Cultural Branco do Brasil apresenta a nova edição de um projeto de sucesso: a 2ª mostra MULHERES MÁGICAS: REINVENÇÕES DA BRUXA NO CINEMA investiga, mais uma vez, como a figura da bruxa, tão instigante e ambivalente, foi construída ao longo da história do cinema. A programação reúne 28 filmes de diferentes épocas, países e modos de realização, que oferecem representações plurais dos corpos, saberes e desejos femininos em imagens. O evento acontece em Brasília (26 de março a 21 de abril), São Paulo (6 de abril a 5 de maio), Belo Horizonte (24 de abril a 20 de maio) e Rio de Janeiro (19 de maio a 30 de junho).

A mostra tem como inspiração o importante trabalho de Silvia Federici, que se dedicou a recuperar as nuances da perseguição que levou centenas de milhares de mulheres à fogueira. A caça às bruxas, um acontecimento fundamental para a consolidação da modernidade ocidental, foi responsável por aniquilar aquelas que não se encaixavam nos padrões de feminilidade e domesticidade almejados pelo poder. Esses brutalidades não se limitaram à Europa, capilarizando-se para o “Novo Mundo”, onde populações inteiras foram expulsas de suas terras pela força e submetidas a técnicas repressivas que eram experimentadas, aqui, para burilar os métodos de tortura empregados contra os proletários e proletárias europeus. Mesmo hoje, a violência contra mulheres segue operando a nível global, como um mecanismo de controle e inibição das possíveis insurgências contra um sistema que segue dependendo da nossa exploração.

Assim, a mostra busca compreender a complexidade dessas experiências, refletindo como questões raciais, coloniais e geopolíticas também alimentaram os discursos sobre a bruxaria. Ainda, apostamos nos caminhos abertos por essas interseções para pensar a produção de imagens emancipatórias de mulheres mágicas, que nos permitem recuperar a bruxa - em um sentido expandido -  como uma poderosa fonte de inspiração e liberdade em igual.

A curadoria, então, se divide em dois eixos interligados: o primeiro revisita o imaginário clássico das bruxas, enquanto o segundo apresenta suas reelaborações contemporâneas, com destaque para obras, perspectivas e estéticas feministas. As exibições acompanham catálogo digital, debates e oficinas gratuitas.

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