Filmes em Exibição
A bruxa é uma das figuras mais exploradas - e por isso mesmo, mais complexas - da história do cinema. Apresentamos, aqui, uma amostragem significativa, que não se pretende completa, de suas variadas formas e contextos de representação. A curadoria da mostra, realizada pelas pesquisadoras Carla Italiano, Juliana Gusman e Tatiana Mitre, reuniu 28 filmes de diferentes épocas e gêneros, que transitam entre a ficção, o documentário, o cinema experimental e a performance. São obras de países tão distintos quanto Alemanha, Burkina Faso, França, Japão, México, Nigéria, Reino Unido, República Dominicana, Rússia, Estados Unidos e, claro, Brasil, agrupadas em dois eixos temáticos.
No primeiro eixo curatorial, intitulado Lado A – “A bruxa através dos tempos: imagens clássicas”, são apresentados os principais tropos que formam os arquétipos das bruxas no cinema, às vezes tomadas como símbolos de sedução, outras, como encarnações da monstruosidade. Para além das abordagens da comédia romântica e da prolífica tradição do horror, também se destacam obras que exploram os processos históricos de caça às bruxas. Já no Lado B – “Bruxas contemporâneas: corpos indomáveis, saberes ancestrais”, há os contrapontos que reimaginam politicamente essa figura, engendrados, sobretudo, por cineastas mulheres – a programação traz nomes importantes do cinema feminista como Su Friedrich, Ulrike Ottinger, Zeinabu irene Davis e Céline Sciamma. Este eixo se volta para sujeitos que encarnam o perigo dos tempos em produções realizadas especialmente nas últimas três décadas, que expandem, a partir de perspectivas anticoloniais, não ocidentais e queer, a ideia de mulheres mágicas. Saiba mais na página Eixos de Curadoria.